O que é o Programa

O Programa de Incentivo à Leitura vem sendo implementado gradativamente desde 2009 e tem como maior objetivo a formação de uma cidade leitora, a partir da garantia do acesso ao livro e a leitura, da formação de mediadores de leitura e da realização e apoio à todas iniciativas de ações voltadas para o incentivo à leitura em Betim.Sendo assim o grande desafio é criar condições para não limitar esse Programa aações pontuais e esporádicas, mas promover uma grande mobilização municipal a esse favor, fazendo com que as bibliotecas escolares, praças, parques e outros espaços da cidade se tornem espaços que acolham as práticas leitoras. O nosso objetivo é construir a cada dia UMA BETIM MAIS LEITORA!
Equipe: Eugênia Ribeiro, Gil Bertho Lopes, Viviane Penido e Fabiana Vilas Boas (coordenação)

Contato: Tel: 3596-0081
O Programa de Incentivo à Leitura foi construído com base nas diretrizes do Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL) que pode ser melhor conhecido por meio do acesso aos links:
www.pnll.gov.br e do http://maisleituramaislivro.ciatech.com.br/

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quinta-feira, 3 de março de 2011

Li e recomendo

Veja as sugestões bacanas de leitura enviadas pelo escritor Leo Cunha:



Literatura infanto-juvenil: O gênio do crime, de João Carlos Marinho. Engraçado, inteligente, abusado, cheio de suspense. É um livro que já reli umas 10 vezes, a última delas com minha filha Sofia, de 10 anos. Lemos juntos em um fim de semana, eu lia alguns capítulos em voz alta, ela outros.

Literatura adulta: "O cavaleiro inexistente, de Ítalo Calvino. Narrativa surpreendente, que faz a gente enxergar incríveis paisagens e situações, embora o personagem principal seja invisível, ou melhor, não exista!

quarta-feira, 2 de março de 2011

Você concorda?

?


Segundo estudos recentes,
parado, fortalece a coluna;
de cabeça baixa estimula a circulação do sangue;
de barriga para cima é mais prazeroso;
sozinho, é estimulante, mas egoísta;
em grupo, pode até ser divertido;
no automóvel, é muito perigoso...
Com frequência, desenvolve a imaginação;
entre duas pessoas, enriquece o conhecimento;
de joelhos, o resultado pode ser doloroso...
Enfim, sobre a mesa ou no escritório,
antes de comer ou na sobremesa,
sobre a cama ou na rede,
nus ou vestidos,
sobre o sofá ou no tapete,
com música ou em silêncio,
entre lençóis ou no closet:,
sempre é um ato de amor e de enriquecimento.
Não importa a idade, nem a raça, nem a crença, nem o sexo, nem a
posição socioeconômica...


... Ler é sempre um prazer !!!





DEFINITIVAMENTE, LER LEVA A DESFRUTAR DA IMAGINACÃO...


E VOCÊ ACABOU DE EXPERIMENTAR ESSE FATO!



LEIAMMMMM!!!!!!!!!!!!!!!







Texto recebido por email

Biblioteca do Educador: novo endereço


Atenção usuários da Biblioteca do Educador. A partir do dia 14 de março a biblioteca funcionará em novo endereço: Rua Dr. Silvio Lobo, 221, Angola, junto à Secretaria de Educação.

 A mudança vai beneficiar a todos os usuários pela praticidade e novidades que vêm por aí.



Aguardem!!

Moacyr Scliar e a leitura por prazer

"O ensino da literatura ainda não se libertou da metodologia do passado, em que leitura era obrigação, e não prazer""Uma bela história ou um belo poema melhoram nossa vida", diz o escritor Moacyr Scliar. Autor de mais de 80 livros, publicados além do Brasil na Inglaterra, França, Alemanha, Estados Unidos, e Espanha, Moacyr Scliar é um entusiasmado defensor da leitura. "Ler é algo que se deve fazer com prazer e emoção, nunca como obrigação". Para o autor, atividades que estimulem a interação com o texto, como adaptações teatrais, podem aproximar crianças e jovens da literatura.




Ele próprio escreveu uma adaptação de O Guarani, clássico romance de José de Alencar, voltada para o público infanto-juvenil. No livro de Scliar, um grupo de adolescentes participa de um concurso de vídeo e para isso estuda a obra de Alencar, comparando-a com a nossa atualidade. "O conhecimento da vida e do mundo que se pode adquirir pela leitura é sempre mediado pelo sentimento. Por isso, melhor que perguntar para um jovem 'O que o autor quis dizer com esse texto?' é questionar 'O que você sentiu lendo esse texto?'", explica. Suas principais considerações sobre Educação brasileira, em entrevista ao Educar para Crescer:

 Leia a entrevista na íntegra 

Moacyr Scliar, o mestre da ironia

Convidado para participar dos debates literários da Conferência sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial, em Brasília, em março do ano passado, Moacyr Scliar aceitou de pronto. E fez melhor: saiu a tempo de uma feira literária no interior do Rio Grande do Sul e, tendo falado sobre o seu processo criativo para o público brasiliense, ainda conseguiu seguir para Goiânia, onde havia outro evento no qual sua presença fora requisitada. Como percorria o País por gosto, nunca estava mal-humorado ou demonstrava cansaço. Pelo contrário: enquanto muitos escritores já se acomodavam nas poltronas de um saguão de hotel na capital, eis que Moacyr Scliar adentrava buliçoso, de calção e camiseta, suado e sorridente, pronto para abraçar seu amigo da Academia Brasileira de Letras, que vestia um paletó de três botões bem aprumado.





Tasso Marcelo/AEScliar. Imortal da Academia de Letras combinava os talentos de escritos e de médico

Ao longo do dia, mantinha-se atencioso com as pessoas e misturava seus talentos de escritor e médico. Durante o almoço, falou sobre a dieta dos brasileiros pobres, em muitos casos aliada à baixa educação, o que produziria gerações e gerações de pessoas sem futuro. Controlava com rigor o que ele mesmo comia, e criticava as escolhas nutricionais dos amigos à mesa, que não sabiam dosar quantidade e qualidade. No meio da conversa, surgia então um provérbio judaico, uma explicação qualquer sobre um fato, fosse político ou religioso, à qual lembrava de adicionar uma anedota. Muitos comentaristas lembram que, nos livros de Moacyr Scliar, haveria perceptível influência de Franz Kafka - sobretudo nas parábolas e nos relatos curtos e altamente metafóricos. Mas a conversa naquele dia revelou a forte admiração do escritor brasileiro por Isaac Bashevis Singer, cuja ficção conhecia no mesmo nível de profundidade com que lembrava fatos da biografia e da correspondência do autor de Zlateh, o Bode (1969).



Moacyr Scliar compartilhava com o escritor judeu-americano, nascido na Polônia, algumas características que logo o fariam menos identificado com Franz Kafka: em especial, o gosto do contador de histórias, do fabulista que evitava maior sofisticação, sem perder criatividade e crítica. Lembre-se, por exemplo, do conto O Bolso não Esqueceu, de Isaac Bashevis Singer, no qual o narrador impiedoso expõe os conflitos existentes na prática da religião e no uso do dinheiro, tudo imbuído da peculiar cultura judaica contida num provérbio. E compare-se o que o conto possa exibir de autoironia cultural com a novela A Mulher Que Escreveu a Bíblia (1999), no qual o humor de Moacyr Scliar serve para tornar patética a ideia da existência de "vidas passadas" e, ao mesmo tempo, de tornar verossímil a vida de uma mulher escriba, a mais feia das esposas de Salomão, que teria redigido páginas memoráveis da humanidade. Moacyr Scliar, mestre da ironia, manipula o conhecimento bíblico e os estereótipos mais sólidos da cultura judaica para, justamente, deslocá-los do seu centro gravitacional. O resultado são narrativas focadas nas sutilezas e nas tresloucadas dimensões da ação humana.



Sim, a matriz ficcional de Moacyr Scliar é a Bíblia - e no reino do texto hebraico o escritor brasileiro opera por meio de desvios, questionamentos e revelações de incógnitas. Essa operação pode estar num conto que flagra a humanidade literalmente faminta de Esaú, como em Diário de Um Comedor de Lentilhas, ou na descoberta de outra dimensão, muito menos aterrorizante, do castigo divino, como se lê em As Pragas. Paralelamente, porém, a sua ficção também é percorrida pelo exame da identidade - que pode assumir diversas feições: a identidade judaica, a identidade sexual, a identidade humana contraposta à animal, entre tantas identidades. Para a história contada em O Centauro no Jardim (1980) converge um complexo aparato de alusões e memórias literárias. O bicho mitológico tem um quê de Gregor Samsa, metamorfoseado "numa espécie monstruosa de inseto", que agride primeiramente a ordem familiar. Mas também lembra o relato Do Diário de Alguém Que Não Nasceu, no qual Isaac Bashevis Singer cria um personagem "meio espírito, meio demônio, meio ar, meio sombra, provido de chifres como um bode (...). Existo e não existo".



Guedali, o mitológico centauro, é a humana besta que busca entender cada uma das suas conflitantes metades. A sua monstruosidade o leva a conhecer, como se lê naquele livro, a monstruosidade praticada pelos nazistas, que tentaram transplantar metades de homens a metades de mulheres. E quando Guedali encontra sua cara-metade - uma mulher também centauro -, entra em cena a mãe dele, que exige uma mulher judia para levar o casamento adiante... É assim que Moacyr Scliar, escritor realizado, apresenta o chiaroscuro humano, com palavras de um mestre que eu conheci em ação.

Felipe Fortuna - O Estado de S.Paulo